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terça-feira, 26 de setembro de 2017

Lenda da Vitória-Régia.


A lenda da vitória-régia, uma das mais conhecidas do folclore brasileiro, pertence à cultura do norte em virtude de ter nascido nessa região do país. Ela explica a origem da planta aquática que é símbolo da Amazônia.Segundo essa lenda indígena e amazônica, a vitória-régia é originalmente uma índia que se afogou após se inclinar no rio para tentar beijar o reflexo da lua. Para os índios, a lua era Jaci, por quem a índia estava apaixonada. Jaci costumava namorar as índias mais bonitas da região. Naiá, que viria a ser transformada na vitória-régia, era uma dessas índias que esperava ansiosa pelo encontro com o deus. As índias que Jaci namorava eram levadas para o céu e transformadas em estrelas. Apesar da tribo alertar Naiá que ela deixaria de ser índia se fosse levada por Jaci, ela estava apaixonada e, conforme o tempo passava, desejava cada vez se encontrar com ele. Certa noite, sentada à beira do rio, a imagem da lua estava sendo refletida na água. Assim, parecendo estar diante de Jaci, inconscientemente Naiá se inclina para beijá-lo e cai no rio despertando da ilusão.

sábado, 9 de abril de 2016

Caminhos tortuozos.


Havia numa aldeia um velho muito pobre que possuía um lindo cavalo branco. Numa manhã ele descobriu que o cavalo não estava na cocheira. Os amigos disseram ao velho: – Mas que desgraça, seu cavalo foi roubado! E o velho respondeu: – Calma, não cheguem a tanto. Simplesmente digam que o cavalo não está mais na cocheira. -O resto é julgamento de vocês. As pessoas riram do velho. Quinze dias depois, de repente, o cavalo voltou. Ele havia fugido para a floresta. E não apenas isso; ele trouxera uma dúzia de cavalos selvagens consigo. Novamente as pessoas se reuniram e disseram: – Velho, você tinha razão. Não era mesmo uma desgraça, e sim uma bênção. E o velho disse: – Vocês estão se precipitando de novo. Quem pode dizer se é uma bênção ou não? Apenas digam que o cavalo está de volta… O velho tinha um único filho que começou a treinar os cavalos selvagens. Apenas uma semana mais tarde, ele caiu de um dos cavalos e fraturou as pernas. As pessoas se reuniram e, mais uma vez, se puseram a julgar: – E não é que você tinha razão, velho? Foi uma desgraça seu único filho perder o uso das duas pernas. E o velho disse: Mas vocês estão obcecados por julgamentos, hein? Não se adiantem tanto. Digam apenas que meu filho fraturou as pernas. Ninguém sabe ainda se isso é uma desgraça ou uma bênção… Aconteceu que, depois de algumas semanas, o país entrou em guerra e todos os jovens da aldeia foram obrigados a se alistar, menos o filho do velho. E os que foram para a guerra, morreram… Quem é obcecado por julgar, cai sempre na armadilha de basear seu julgamento em pequenos fragmentos de informação, o que o levará a conclusões precipitadas. Nunca encerre uma questão de forma definitiva, pois quando um caminho termina, outro começa, quando uma porta se fecha, outra se abre… As vezes vemos apenas a desgraça e não vemos a bênção que ela nos traz… (Osho)

segunda-feira, 29 de junho de 2015

O PAI NUNCA DESISTE!!!


Havia um homem muito rico, possuía muitos bens, uma grande fazenda, muito gado e vários empregados a seu serviço. Tinha ele um único filho, um único herdeiro, que, ao contrário do pai, não gostava de trabalho nem de compromissos. O que Le mais gostava era de festas, estar com seus amigos e de ser bajulado por eles. Seu pai sempre o advertia de que seus amigos só estavam ao seu lado enquanto ele tivesse o que lhes oferecer, depois o abandonariam. Os insistentes conselhos do pai lhe retiniam aos ouvidos e logo se ausentava sem dar o mínimo de atenção. Um dia o velho pai, já avançado em idade, disse aos seus empregados para construírem um pequeno celeiro e dentro do celeiro ele mesmo fez uma forca, e junto a ela, uma placa com os dizeres: “Para você nunca mais desprezar as palavras de seu pai”. Mais tarde chamou o filho, levou-o até o celeiro e disse: - Meu filho, eu já estou velho e quando eu partir, você tomará conta de tudo o que é meu hoje, e sei qual será os eu futuro. Você vai deixar a fazenda nas mãos dos empregados e irá gastar todo o dinheiro com seus amigos, poderá vender os animais e os bens para se sustentar, e quando não tiver mais dinheiro seus amigos vão se afastar de você. E quando você não tiver mais nada, vai se arrepender amargamente de não ter me dado ouvidos. É por isso que eu construí esta forca, sim, ela é para você, e quero que você me prometa que se acontecer o que eu disse, você se enforcará nela”. O jovem riu, achou absurdo, mas, para não contrariar o pai, prometeu e pensou que jamais isso pudesse ocorrer. O tempo passou, o pai morreu e seu filho tomou conta de tudo, mas assim como se havia previsto, o jovem gastou tudo, vendeu os bens, perdeu os amigos e a própria dignidade. Desesperado e aflito, começou a refletir sobre a sua vida e viu que havia sido um tolo, lembrou-se do pai e começou a chorar e dizer: - Ah meu pai, se eu tivesse ouvido os seus conselhos... mas agora é tarde, é tarde demais. Pesaroso, o jovem levantou os olhos, e longe avistou o pequeno celeiro... era a única coisa que lhe restava. A passos lentos se dirigiu até lá e, entrando, viu a forca e a placa empoeirada e disse: Eu nunca segui as palavras do meu pai, não pude alegrá-lo quando estava vivo, mas pelo menos desta vez vou fazer a vontade dele, vou cumprir minha promessa, não me resta mais nada. Então subiu nos degraus e colocou a corda no pescoço, e disse: - Ah, se eu tivesse uma nova chance... Então pulou, sentiu por um instante a corda apertar sua garganta, mas o braço da forca era oco e quebrou-se facilmente. O rapaz caiu no chão, e sobre ele caíram jóias, esmeraldas, pérolas, diamantes: a forca estava cheia de pedras preciosas e um bilhete que dizia: Essa é a sua nova chance, eu te Amo muito. Seu PAI.

sábado, 30 de maio de 2015

O MOTIVO DA ALEGRIA..


Conta a estória de uma cidadezinha do interior... Daquelas cidadezinhas onde existe a igreja, a delegacia e uma praça... Nesta cidadezinha, morava um senhor já de certa idade, que levava uma vida solitária, pois não tinha nenhum familiar para dividir seu dia-a-dia. E esse homem, todos os dias, ia até a igreja da cidadezinha, pontualmente ao meio dia. Com chuva, ou, com sol, todos os dias pontualmente, ao meio dia-dia, lá estava ele na igreja. Entrava, se benzia e em seguida, saía. Não se demorava quase nada. Como era observado pelo padre da cidade, o qual lhe indagou: - Qual o seu nome? Ele respondeu: - Meu nome é Zé. O padre, então, perguntou: - Zé, o que você reza todos os dias no mesmo horário e tão rápido? Ele respondeu: - Padre, eu não sei ler, nem escrever, mas todos os dias eu venho à igreja e falo: “Oi Jesus, eu sou o Zé, vim te visitar”. E, vou embora. Um certo dia, o Zé foi atropelado. E muito machucado, foi levado ao hospital da cidade. O padre ficou sabendo, e pensou: “Vou visitar o Zé, pois ele é sozinho não tem ninguém por ele”. Chegando no hospital, informando-se sobre onde estava o Zé, e qual o estado dele, veio a notícia das enfermeiras: - Padre, coitado do Zé, está muito machucado. Mas é o paciente mais alegre e mais feliz, apesar de todos os sofrimentos. Então, o padre foi até o quarto do Zé. E chegando, viu no rosto do Zé aquele ar de felicidade, que o padre não se conteve e perguntou: - Zé, todos comentam a sua alegria e felicidade, apesar de todos os seus ferimentos. O que é, e de onde vem toda essa alegria que contagia a todos? Então o Zé mostrou ao padre uma cadeira, que estava no seu quarto nos fundos da cama: - Padre, o senhor está enxergando aquela cadeira? O padre respondeu: Sim! Então o Zé lhe falou: - Padre, todos os dias ao meio-dia em pontinho, a porta do meu quarto se abre e entra por ela um Senhor que senta naquela cadeira e diz: “Oi, Zé, eu sou JESUS CRISTO, vim te visitar”. Padre, aí está o motivo da minha alegria e felicidade, que todos falam. Abra sua porta para Jesus entrar e lhe dar alegria e felicidade também. Na maior dificuldade, lembre-se: “NELE TUDO PODEMOS”.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A fábula da perereca,


Numa mata, uma perereca preparava-se para comer uma mosca, quando um macho, que observava a cena, diz: — Perereca, não coma já a mosca! Espere que a abelha a coma, depois tu comes a abelha. Ficaras melhor alimentada. A perereca assim fez e, efetivamente, passados alguns segundos, veio a abelha que comeu a mosca. A Perereca preparou-se, então, para comer a abelha, mas o macho interrompeu novamente. — Perereca, não comas a abelha! Ela vai ficar presa na teia da aranha e a aranha vai comê-la, então tu comes a aranha e ficarás melhor alimentada. A perereca de novo esperou. A abelha levantou voo, caiu na teia da aranha, veio a aranha e comeu-a. A perereca preparou-se para saltar sobre a aranha, mas de novo o macho falou: — Perereca, não sejas precipitada! Há de vir o pássaro que comerá a aranha, que comeu a abelha, que comeu a mosca. Comerás o pássaro e ficarás melhor alimentada. A perereca, reconhecendo os bons conselhos do macho, aguardou. Logo depois, chegou o pássaro que comeu a aranha. Entretanto, começou a chover e a perereca, ao atirar-se sobre o pássaro, escorregou e caiu numa poça d'água. Neste momento, uma cobra que passava por lá, engoliu a perereca e sumiu mata adentro. Moral da História: Isso que dá em ser ganancioso demais. Além disso, quanto mais tempo duram as preliminares, mais molhada fica a perereca. Porém, cuidado! Se não comer, vem outro e come!

domingo, 24 de novembro de 2013

O Senhor Palha.


O Sr. Palha era um homem sozinho, não tinha casa, nem mulher, nem filhos. Era tão pobre que só tinha roupa que trazia vestida. Mal tinha o que comer e era tão magro como um fiapo de palha. Era por isso as pessoas chamavam-lhe Sr. Palha. Todos os dia o Sr. Palha ia rezar ao templo. Pedia melhor sorte à Deusa da Fortuna, até que um dia ouviu uma voz sussurrar “a primeira coisa que tocares quando saíres do templo vai trazer-te grande fortuna”. Assustado, olhou em volta mas viu que o templo estava vazio. Pensou se estaria louco, ouvindo vozes ... e concluío que tinha sonhado. Mas mesmo assim, com alguma esperança, resolveu correr para a rua. Nisto tropeçou e rebolou pelos degraus do tempo até à rua. Quando se ia a levantar reparou que tinha um fiapo de palha na mão e ao lembrar-se da voz que ouvira, mesmo pensando que não valia nada resolveu guarda-lo. E lá seguiu caminho segurando o seu fiapo de palha. Pouco depois apareceu uma libélula zumbindo à volta da sua cabeça. Tentou espantá-la, mas não adiantou. A libélula continuava à volta dele. Então pensão "está bem, se não queres ir embora então fica comigo". Apanhou a libélula, amarrou o fiapo de palha ao rabo dela e continuou a descer a rua. A caminho do mercado, encontrou uma florista com o filhinho. Vinham de muito longe. O menino estava cansado, suado e todo empoeirado, mas quando viu a libélula zumbindo amarrada no fiapo de palha, seu rostinho se animou: - Mãe, me dá uma libélula? por favor! Assim o Sr Palha, com pena do menino, deu-lhe a libélula no fiapo - É muita bondade sua! - disse a florista - Não tenho nada para lhe dar em troca além de uma rosa. O Senhor Palha agradeceu e continuou seu caminho, levando a rosa. Andou mais um pouco e viu um jovem sentado num toco de árvore, segurando a cabeça entre as mãos. Parecia tão infeliz que o Sr Palha lhe perguntou o que havia acontecido. - Vou pedir a mão da minha namorada em casamento hoje à noite, mas sou tão pobre que não tenho nada para lhe oferecer - Também sou pobre. Não tenho nada de valor, mas se quiseres podes dar-lhe esta rosa. O rapaz sorriu alegre ao ver esplêndida rosa. - Fique com estas três laranjas, por favor. É só o que posso dar em troca. O Sr Palha continuou, levando as três suculentas laranjas. A seguir encontrou um mascate, ofegante: - Estou puxando a carrocinha desde manhã. Estou com tanta sede que acho que vou desmaiar. - Acho que não há nenhum poço por aqui, mas podes ficar com estas três laranjas. O mascate ficou tão agradecido que ofereceu um rolo da mais fina seda ao Sr Palha. - O senhor é muito bondoso. Por favor, aceite esta seda em troca. E mais uma vez o Sr Palha seguiu pela rua, como o rolo de seda debaixo do braço. Ao fim de dez passos viu passar uma princesa numa carruagem. A princesa tinha um ar preocupado, mas alegrou-se ao ver o Sr Palha - Onde arranjou essa seda? É justamente o que estava à procura. Hoje é o aniversário do meu pai e quero dar-lhe um quimono real. - Já que é aniversário dele, tenho prazer de lhe dar esta seda. - O senhor é muito generoso - disse a princesa sorrindo - Por favor aceite esta jóia em troca. A carruagem se afastou, deixando o Senhor Palha segurando uma jóia de inestimável valor brilhando à luz do sol. Levou a jóia ao mercado, vendeu-a e com o dinheiro comprou uma plantação de arroz. Trabalhou muito, arou, semeou e colheu. Todos os anos a plantação produzia mais arroz. Em pouco tempo o Sr Palha ficou rico. Mas sempre ofereceu arroz aos que tinham fome e ajudava a todos que o procuravam. Muitos diziam que sua sorte tinha começado com um fiapo de palha. Mas não terá sido com a generosidade?

sábado, 2 de novembro de 2013

O Náufrago.


Após um naufrágio, o único sobrevivente agradeceu a Deus por estar vivo. E este único sobrevivente foi parar numa ilha deserta e fora de qualquer rota de navegação. E ele agradeceu novamente. Com muita dificuldade e os restos dos destroços, ele conseguiu montar um pequeno abrigo para que pudesse se proteger do sol, da chuva e de animais. O tempo foi passando e a cada alimento que conseguia, ele agradecia. Um dia, voltando depois de caçar e pescar viu que seu abrigo estava em chamas, envolto em altas nuvens de fumaça. Desesperado, ele se revoltou e gritava chorando: “O pior aconteceu! Perdi tudo. Deus por que fez isso comigo?” Chorou tanto que adormeceu profundamente, cansado. No dia seguinte, bem cedo, foi despertado por um navio que se aproximava. “Viemos resgatá-lo”, disseram. “Como souberam que eu estava aqui?”, perguntou. “Nós vimos o seu sinal de fumaça”, responderam eles.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

A magia da comunicação.


Havia um cego que pedia esmola à entrada do Viaduto do Chá, em São Paulo. Todos os dias passava por ele, de manhã e à noite, um publicitário que deixava sempre alguns centavos no chapéu do pedinte. O cego trazia pendurado no pescoço um cartaz com a frase: ”Cego de nascimento. Uma esmola, por favor”. Certa manhã, o publicitário teve uma idéia: virou o letreiro do cego ao contrário e escreveu outra frase. À noite, depois de um dia de trabalho, perguntou ao cego como é que tinha sido seu dia. O cego respondeu, muito contente: - Até parece mentira, mas hoje foi um dia extraordinário! Todos que passavam por mim, deixavam alguma coisa. Afinal, o que é que o senhor escreveu no letreiro? O publicitário havia escrito uma frase breve, mas com sentido e carga emotiva suficientes para convencer os que passavam a deixarem algo para o cego. A frase era: “Em breve chegará a primavera e eu não poderei vê-la”. Na maioria das vezes não importa O QUE você diz, mas COMO você diz.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Obaluaiê. "rei dono da terra",


Seus iaôs dançam inteiramente revestidos de palha da costa. A cabeça é coberta por um capuz da mesma palha, cujas franjas recobrem o rosto. Em conjunto, parecem pequenos montes de palha, em cuja parte inferior aparecem pernas cobertas por calças de renda e, na altura da cintura, mãos brandindo um xaxará, espécie de vassoura feita de nervuras de folhas de palmeira, decorada com búzios, contas e pequenas cabaças que se supõe conter remédios. Dançam curvados para a frente, como que atormentados por dores, e imitam o sofrimento, as coceiras e os tremores de febre. A orquestra toca para Obaluaiê um ritmo pesado, lento triste e quebrado por pausas, chamado opanijé, o que significa em iorubá "ele mata qualquer um e o come". No Brasil como em Cuba (onde é chamado Babalú Ayé), considera-se perigoso pronunciar o nome de Xapanã, chamado Obaluaiê ou Omolu por prudência. É sincretizado com São Lázaro e São Roque na Bahia e em Cuba, e com São Sebastião no Recife e Rio de Janeiro. As pessoas que lhe são consagradas usam dois tipos de colares: o lagidiba, feito de pequenos discos negros enfiados, ou o colar de contas marrons com listas pretas. Quando o orixá se manifesta sobre um de seus iniciados, é acolhido pelo grito "Atotô!" ("respeito e submissão!"). A festa anual de oferendas chama-se "Olubajé" e em seu decorrer lhe são apresentados pratos de aberém (milho cozido enrolado em folhas de bananeira), carne de bode, galos e pipocas. As segundas-feiras lhe são consagradas. Nesse dia, o chão do adro da Igreja de São Lázaro, na Bahia, é coberto de pipocas que as pessoas passam no corpo para se preservar de doenças contagiosas. As proibições alimentres das pessoas dedicadas a Obaluaiê são, como na África, carne de carneiro, peixe de água doce de pele lisa, caranguejos, banana-prata, jacas, melões, abóboras e frutos de plantas trepadeiras. O arquétipo de Obaluaiê, segundo Verger, é o das pessoas com tendências masoquistas, que gostam de exibir seus sofrimentos e as tristezas, das quais tiram uma satisfação íntima. Pessoas que são incapazes de se sentirem satisfeitas quando a vida lhes corre tranqüila. Podem atingir situações materiais invejáveis e rejeitar, um belo dia, todas essas vantagens por causa de certos escrúpulos imaginários. Pessoas que em certos casos sentem-se capazes de se consagrar ao bem-estar dos outros, fazendo completa abstração de seus próprios interesses e necessidades vitais.

quarta-feira, 27 de março de 2013

O menino Ladrão e sua mãe. Fábula do Esopo.


Ao voltar da escola,um menino entregou a sua mãe as tabuinhas que roubara do seu colega. Como esta não o castigasse, mas ainda elogiasse, em uma segunda vez ele roubou um manto e lhe trouxe. E sua mãe elogiou ainda mais.A criança cresceu e, já moço, passou a praticar roubos maiores. Um dia, porém foi apanhado em flagrante, e com as mãos atadas às costas foi levado ao carrasco. Sua mãe o acompanhava batendo no peito em sinal de pesar, e ele disse que queria falar-lhe algo no ouvido. E assim que ela se aproximou do filho, ele abocanhou o lóbulo de sua orelha e arrancou com selvageria. Ela o censurou por sua impiedade, pois não bastasse os crimes anteriores, também mutilava sua mãe! E ele respondeu:"Se no dia em que trouxe aquela tabuinha, meu primeiro roubo, tu me tivesses repreendido, eu não me veria hoje neste ponto, sendo conduzido para a morte". Moral : A Fábula mostra que o vício que não é reprimido desde o início torna-se cada vez maior. Fábula do Esopo.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Um modo de hospitalidade.


Haviam dois comerciantes que se correspondiam sem se conhecer pessoalmente. Um vivia em Benares e o outro, numa remota aldeia na fronteira. O comerciante rural enviou uma grande caravana a Benares, com quinhentas carroças carregadas com frutas, legumes e outros produtos, recomendando a seus empregados que vendessem todos os produtos com ajuda do seu amigo em Benares. Quando eles chegaram na grande cidade, foram diretamente procurar o comerciante. Eles lhe deram os presentes que seu amo enviou. Contente, o comerciante de Benares ofereceu-lhes hospedagem em sua própria casa e até lhes deu dinheiro para várias despesas. Ele os tratou com a melhor hospitalidade, perguntou sobre a vida do seu amigo e lhe retribuiu os presentes. Considerando que era mais fácil a uma pessoa da cidade adquirir melhores compradores para as mercadorias, ele cuidou pessoalmente que todos os produtos fossem vendidos a preços razoáveis. Os servos voltaram para casa e falaram para o seu amo tudo que tinha acontecido. Mais tarde, o comerciante de Benares enviou uma caravana de quinhentas carroças para a aldeia da fronteira. Seus empregados também levaram presentes ao comerciante rural. Quando eles chegaram, ele perguntou, "De onde vocês vêm"? Eles disseram que vinham da casa do comerciante de Benares, com quem ele se correspondia. Recebendo os presentes, o comerciante rural riu de um modo muito descortês e disse, "Qualquer um poderia dizer que vem do comerciante de Benares!” Então os despachou, não lhes dando nenhum lugar para ficar, nenhum presente, nenhuma ajuda, nada! Então, os servos foram para o centro da cidade para a feira e fizeram o melhor que puderam para comercializar os produtos sem ajuda local. De volta a Benares, falaram ao seu amo tudo que tinha acontecido. Pouco tempo depois, o comerciante rural enviou outra caravana de quinhentas carroças a Benares. Novamente seus empregados levaram presentes ao mesmo comerciante. Quando os servos do comerciante de Benares os viram vindo, disseram ao amo: "Nós já vamos providenciar alojamentos satisfatórios, comida e dinheiro para a despesa destas pessoas". Então, levaram-nos fora dos muros de cidade, num bom lugar para acampar durante a noite e lhes disseram que voltariam a Benares para preparar comida e buscar dinheiro para a despesa deles. Em vez disso, reuniram todos os colegas de categoria, voltaram ao acampamento no meio da noite, roubaram todos as quinhentas carroças, inclusive as roupas dos aldeões, perseguiram os bois que puxavam os carros, e, soltando-os, levaram as rodas dos veículos. Os aldeões ficaram apavorados e correram para casa tão rápido quanto suas pernas os puderam levar. Os servos do comerciante de cidade lhe contaram tudo que eles tinham feito. Ele disse, "Os que esquecem a gratidão e ignoram a hospitalidade simplesmente recebem o que merecem. Os que não apreciam a ajuda, têm por resultado que ninguém os ajude". A moral da história é: Se você não ajudar outros, não poderá esperar que eles o ajudem.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O Lobo e o Pastor . Fábula de Esopo.


Um lobo ia seguindo um rebanho de cordeiros sem atacá-los. De início, o pastor resguardava-se dele, temia-o e o vigiava como um inimigo. Mas vendo, que se o lobo o seguia sempre sem fazer a menor tentativa de atacar, o pastor começou a acreditar que tinha mais um guarda do que um inimigo á espreita. E certo dia, precisando ir á cidade, deixou seus cordeiros perto do lobo e partiu. O lobo, vendo que havia chegado a sua hora, atirou-se sobre o rebanho e pôs se a devorá-lo. Na sua volta o pastor deparou -se com o rebanho destruído, e disse: "O que sofro é justo. Como pude eu confiar cordeiros a um lobo?. Moral da história: Assim é entre os homens : os que confiam a guarda de seus bens a ambiciosos, naturalmente vão perdê-los. Autor : ESOPO.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Pregos na Cerca. "Contos"


Era uma vez um garoto que tinha um temperamento muito ruim. O Pai desse garoto deu-lhe um saco com pregos e disse-lhe que toda vez que ele perdesse a paciência, deveria martelar um prego atrás da cerca. No primeiro dia o garoto enfiou 37 pregos. Em algumas semanas, ia aprendendo a controlar seu temperamento, e o número de pregos martelados por dia reduziu gradativamente. Descobriu que era mais fácil controlar seu temperamento do que martelar todos aqueles pregos na cerca… Finalmente chegou o dia em que o garoto não perdeu a paciência nem uma vez. E disse aquilo ao seu pai. Este sugeriu que ele retirasse um prego por cada dia que ele conseguisse controlar seu temperamento. Finalmente chegou o dia em que o garoto havia retirado todos os pregos da cerca. Então O pai pegou a mão do seu filho e o levou para a cerca e disse: “Você foi muito bem meu filho!” Mas olha todos esses buracos na cerca. A cerca jamais será a mesma. Quando você diz coisas com a cabeça quente, elas deixam marcas como estas. Você pode ferir um homem com uma faca e depois tirar a faca, não importa quantas vezes você pedir perdão, a ferida ainda vai estar ali. Uma ferida verbal é tão grave quanto uma física. Lembre-se da lição que o pai ensinou para o filho. Que “buracos” você tem feito recentemente? Alguns podem ser grandes e outros pequenos. Sejam do tamanho que forem, cada buraco que é feito com raiva faz a vida um pouco mais feia. A próxima vez que você começar a sentir raiva, tente se expressar de maneira diferente e reduzir o número de buracos que você faz.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A VERDADEIRA ALQUIMIA.


Certa vez um andarilho apareceu numa aldeia da Idade Média. Dirigiu-se à praça central da cidade, anunciou-se como alquimista e disse que ensinaria como transformar qualquer tipo de metal em ouro. Algumas pessoas pararam para ouví-lo e começaram a proferir gracejos e ridicularizá-lo. O estranho não se abalou com as chacotas, pediu um pedaço de metal e alguém lhe entregou uma ferradura, um outro lhe ofereceu um prego. O alquimista então pegou ambas as peças, e ainda sob as risadas dos incrédulos, colocou-as numa pequena vasilha e derramou sobre elas o conteúdo de um frasco que havia retirado de sua sacola. Permaneceu alguns segundos em silêncio e o fenômeno aconteceu: a ferradura e o prego tornaram-se dourados. Uma sensação de espanto percorreu a multidão que se avolumava cada vez mais na praça. O alquimista levantou as peças de ouro para que todos pudessem admirar a transmutação. Um ourives presente no local pediu para examinar os objetos e foi atendido. Em pouco tempo, revelou serem as peças de ouro puríssimo como nunca tinha visto. As pessoas agitaram-se e agora queriam ouvir. O alquimista então pegou um grosso livro de sua sacola e disse estar nele o segredo da transmutação dos metais em ouro. Em seguida, entregou o livro a uma criança próxima e partiu tranqüilo. Ninguém o viu ir embora, pois todos os olhos mantiveram-se fixos no objeto nas mãos da criança. Poucos dias depois, a maioria das pessoas possuía uma cópia do valioso manuscrito, assim a receita para produzir ouro passou a ser conhecida por todos. Contudo, a fórmula era complexa. Exigia água destilada mil vezes no silêncio da madrugada e ingredientes que deveriam ser colhidos em noites especiais e em praias distantes. Era muito penoso ficar mil noites em silêncio esperando a água destilar. Além disso, procurar os outros ingredientes era muito cansativo. No início todos puseram as mãos à obra, mas com o passar do tempo, as pessoas foram desistindo do trabalho. Diziam que a fórmula era apenas uma galhofa deixada pelo alquimista para mostrar como eram tolos. As pessoas foram desistindo. E, à medida que desistiam, tentavam convencer os outros a fazerem o mesmo. Assim, muitos e muitos outros, influenciados pelos primeiros, também desistiram. Mas, um pequeno grupo prosseguiu com o trabalho. Apesar de ridicularizados pelo resto da aldeia, continuaram destilando a água e fizeram várias viagens juntos à procura dos ingredientes da fórmula. O tempo correu e a quantidade de histórias divertidas, de situações que eles passaram juntos, de mudanças pessoais de cada um desde que começaram a seguir a fórmula, cresceu. E o grupo dos aprendizes de alquimia tornou-se cada vez mais unido. Converteram-se em grandes amigos. Até que em um mesmo dia, todos tinham começado juntos, e viraram a última página das instruções do livro, e lá estava escrito: “Se todas as instruções foram seguidas, você tem agora o líquido que, derramado sobre qualquer metal, transforma-o em ouro. Entretanto, agora você já percebeu que a maior riqueza não está no produto final obtido, mas sim no caminho percorrido. O que nos torna infinitamente ricos não é a quantidade de ouro que conseguimos produzir, mas as conquistas que obtivemos em busca do tesouro: o conhecimento das riquezas como o amor, a amizade, a paciência, o perdão, a persistência, o valor dos sacrifícios feitos nessa busca. A transformação interior obtida: esta é a verdadeira alquimia".

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Recitando os Sutras.


Um fazendeiro pediu a um sacerdote que recitasse sutras para a sua esposa, que estava muito doente. Terminada a recitação, o fazendeiro perguntou: - Você acha que a minha esposa obterá mérito disto? - Não só a sua esposa, mas todos os seres sencientes se beneficiarão com a recitação de mantras - respondeu o sacerdote. - Se você diz que todos os seres sencientes se beneficiarão - disse o fazendeiro - minha esposa poderá ficar muito fraca e outros tirarão vantagem dela, obtendo o benefício que deveria ser dela. Assim, por favor, recite os sutras apenas para ela. O sacerdote explicou que era o desejo de um budista oferecer bençãos e desejar mérito para cada ser vivo. - Este é um belo ensinamento - concluiu o fazendeiro - mas, por favor, faça uma exceção. Eu tenho um vizinho que é grosso e mesquinho para comigo. Apenas exclua-o de todos aqueles seres sencientes.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Talvez.


Há um conto Taoísta sobre um velho fazendeiro que trabalhou em seu campo por muitos anos. Um dia seu cavalo fugiu. Ao saber da notícia, seus vizinhos vieram visitá-lo. "Que má sorte!" eles disseram solidariamente. "Talvez," o fazendeiro calmamente replicou. Na manhã seguinte o cavalo retornou, trazendo com ele três outros cavalos selvagens. "Que maravilhoso!" os vizinhos exclamaram. "Talvez," replicou o velho homem. No dia seguinte, seu filho tentou domar um dos cavalos, foi derrubado e quebrou a perna. Os vizinhos novamente vieram para oferecer sua simpatia pela má fortuna. "Que pena," disseram. "Talvez," respondeu o fazendeiro. No próximo dia, oficiais militares vieram à vila para convocar todos os jovens ao serviço obrigatório no exército, que iria entrar em guerra. Vendo que o filho do velho homem estava com a perna quebrada, eles o dispensaram. Os vizinhos congratularam o fazendeiro pela forma com que as coisas tinham se virado a seu favor. O velho olhou-os, e com um leve sorriso disse suavemente: "Talvez."

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Uma Questão de Bom Senso.


Um rico fazendeiro possuía uma grande propriedade muito fértil, e ao seu lado havia um vizinho muito pobre com um pequeno sítio, de terras muito áridas. Um grande lago de águas límpidas cobria grande parte das terras do rico e o vizinho pobre ao lhe solicitar um pequeno córrego para irrigar sua insignificante propriedade, lhe respondeu o rico: “Se faço isso, logo ficarei sem água, pois um pede um pouco, depois quer mais, e assim, nunca mais acaba a necessidade que é sempre crescente.” De pouco adiantaram os apelos do pobre de que sua propriedade era pequena, de que a quantidade dágua que necessitava era muito pouca, e sem chances de aumentar de consumo como o outro argumentava. Tempos depois, na propriedade do pobre, surgiu naturalmente um pequeno veio dágua que começou a formar um pequeno açude. Aquele pouco, naquelas terras áridas, era uma verdadeira benção. Ao ver aquilo, o rico chamou seus engenheiros e lhes disse: “Acho que há um vazamento do meu lago para as terras do vizinho. Deve ser em baixo da terra, pois não vejo nada em cima. Quero que construam em volta do meu lago uma grossa e firme parede de concreto, de modo que esse vazamento seja fechado...”. E isso foi feito. Mas com o passar do tempo, o açude do pobre enchia mais e mais, e logo, o lago do rico quase se esvaziou, ficando apenas uma pequena poça de água enlameada. Qual não foi sua surpresa, ao descobrir que o veio de água responsável pela fartura do seu lago, ficava na verdade nas terras do vizinho pobre. Assim, ao fechar o caminho, deixara de receber a preciosa água, que sempre julgou lhe pertencer. Moral da História: "A arrogância é o caminho mais curto para a ruína”

terça-feira, 13 de novembro de 2012

O GATO QUE VOLTOU.


"Alguns dizem que os animais não tem alma e são incapazes de ter emoções. Essas pessoas estão terrivelmente erradas. Animais são totalmente capazes de amar pessoas que são boas para eles, e podem mostrar esse amor de maneiras inesperadas e às vezes impossíveis, mesmo já não estando mais entre nós!" O Relato a seguir é uma prova que isso é verdade! ================================================================================= Esse relato que vou contar, aconteceu realmente, e nunca vou me esquecer disso. Eu amo gatos. Meu filho sempre me falou que gatos, de algum jeito, sabem quando vão lhes ajudar quando estão doentes ou machucados. E de um certo modo, talvez ele esteja certo. Gatos de rua aparecem na minha varanda, parecendo saber que eu vou alimentá-los e limpá-los antes de mandarem eles embora. Eu sempre tenho um pouco a mais de spray anti-pulgas, remédio para verme ou alguma pomada antibiótica para quaisquer necessidade médica que os meus amiguinhos peludos possam ter. E as vezes aparece algum gato que fique um tempo conosco antes de ir embora. Essa história é sobre um desses amiguinhos. Ele veio da rua para as nossas vidas, e ficou tempo o suficiente para mudar totalmente o nosso modo de pensar. Meu filho e eu vivíamos em um péssimo apartamento por cerca de 2 anos. O prédio ficava na periferia de uma cidade rural e bem próximo à algumas fazendas. Pessoas de uma cidade grande vizinha geralmente abandonavam animais que não queriam mais na nossa cidade, e as fazendas tinham vários gatos nos celeiros e também cachorros. O nosso síndico (que era o dono do apartamento em que morávamos) odiava animais. Não era permitido ter animais no prédio, e ele era suspeito no desaparecimento de vários animais da vizinhança. Eu o ouvi uma certa vez se gabando de ter enxotado a tiros alguns gatos de rua e de soltar o cachorro de uma vizinha. Então sempre que um gato aparecia na nossa varanda, eu o alimentava e tratava dos seus ferimentos, mas não deixava eles entrarem por causa do síndico. Depois de cerca de um ano morando lá, um gato todo preto começou a visitar o meu apartamento. Ele só vinha de noite, como se soubesse que assim não seria visto. O meu filho falou que já tinha visto o gato em uma velha casa a cerca de meio quilômetro de onde morávamos. Nós achamos que devia ser mais um gato abandonado por donos irresponsáveis, então o alimentamos e ocasionalmente limpávamos ferimentos de brigas e tirávamos carrapatos da pele dele. Aquele gato ficava ronronando e se esfregando nas nossas pernas para que nós fizéssemos carinho nele. Ele era uma animal adorável. Normalmente nós não nos apegávamos muito aos gatos, com medo de que o síndico machucasse eles ou que nós fôssemos despejados. Mas nós abrimos uma exceção para esse gato. Ele era especial. Meu filho comprou para ele uma coleira rosa choque de nylon com um sino. Com uma caneta azul para tecido ele escreveu "Gato" na coleira e colocou no gato preto. Ele estava maravilhoso com a sua coleira nova, e o nosso relacionamento com ele estava maravilhoso. Nós tínhamos um gato para acariciar e ele tinha comida todas as noites, e ainda era livre para ser um gato e ir para onde ele quisesse. E o síndico não tinha nem idéia de sua existência. Nós decidimos que "Gato" era um bom nome para ele, pois acreditávamos que "ele" não iria querer algo mais "chique". Somente "Gato" já estava bom demais. Gato continuou com a sua visita noturna por meses.Sempre que ficava escuro, ele começava arranhar a porta da varanda e a miar até que nós abríssemos a porta para ele entrar e ser acariciado. Se nós ficássemos fora de casa até tarde, ele esperaria na varanda até chegarmos, comia a sua comida, aproveitava alguns carinhos e seguia o seu caminho. Alguns meses mais tarde, eu decidi voltar para a faculdade e nós tivemos que nos mudar do apartamento para morar com alguns parentes para cortar despesas. Meu filho não queria deixar Gato e me implorou para levarmos ele. Eu tive que ser firme com ele e dizer que não poderíamos levar um gato para a casa dos outros. Mas toda noite quando Gato visitava, eu podia sentir que eu fraquejava. Então uma noite Gato não apareceu. Nós esperamos por ele por um tempo, então fomos para a cama. Ele não veio na noite seguinte e nem na outra. No dia seguinte nós começamos a colocar todas as nossas coisas em um caminhão de mudanças alugado. Nós nos mudaríamos no dia seguinte de manhã bem cedo. Meu filho e eu estávamos cozinhando o jantar pela última vez no apartamento. O fogão nunca tinha funcionado direito, e eu tinha que acender ele com um fósforo. Nós estávamos falando de como ia ser bom morar em um lugar onde o fogão funcionasse direito. Eu coloquei a pizza no forno e então sentamos na mesa da cozinha e começamos a jogar baralho esperando a pizza ficar pronta. A mesa, as duas cadeiras, os pratos de papel e os talheres de plástico eram tudo o que tinha sobrado no apartamento. O resto já estava todo no caminhão. Nós tínhamos planejado comer, dormir no chão da sala em sacos de dormir e depois ir no dia seguinte. Um pouco depois que estávamos sentados na mesa, eu ouço o som familiar da porta da varanda sendo arranhada. "Gato!!!" o meu filho e eu pulamos das cadeiras e fomos para a sala para abrir a porta e saudar o nosso amiguinho peludo. Nós ficamos lá fora na varanda brincando com ele. "Nós estávamos preocupados com você!" o meu filho falou, enquanto gato esfregava a sua cabeça no rosto dele. Nós estávamos lá fora coçando as orelhas dele quando veio um grande clarão de dentro de casa junto com um estrondo. O fogão da cozinha tinha explodido! Os bombeiros vieram e apagaram o fogo e a companhia de gás veio e fechou o encanamento. Vendo o velho fogão, o bombeiro falou que aquilo era um acidente esperando para acontecer. Nós tínhamos sorte por estarmos vivos. A mesa e as cadeiras da cozinha estavam totalmente queimadas. Se nó estivéssemos lá jogando baralho nós estaríamos com queimaduras graves, isso se não tivéssemos morrido na hora. Enquanto os bombeiros estavam em casa, o meu filho estava em choque segurando Gato e coçando as suas orelhas. Se Gato não tivesse ali, meu filho ia estar marcado para o resto da vida com cicatrizes que pegariam o seu corpo todo, ou coisa pior. Eu me decidi ali mesmo. Nós tínhamos uma velha gaiola para gato de quando nós tínhamos a nossa casa e animais, eu tinha guardado ele caso a gente precisasse algum dia. Estava no caminhão. Eu fui até lá e peguei ela. "Coloque Gato ai dentro, nós vamos levar ele conosco" eu falei, enquanto o meu filho sorria animado, por não ter de deixar o seu amigo pra trás. O sino da coleira tocava enquanto o meu filho colocava Gato na gaiola e trancava a portinha. O que tinha sobrado na cozinha do apartamento estava em ruínas, e o resto já estava no caminhão, então decidimos simplesmente ir embora naquela noite. A gaiola estava no banco entre meu filho e eu. Enquanto eu ligava o caminhão, eu coloquei o dedo dentro da gaiola e comecei a coçar a orelha de Gato. Eu podia ouvir ele ronronando. "É Gato, você está vindo com a gente. Você salvou as nossas vidas." eu falei para ele. Nós nos despedimos dos vizinhos e fomos para a rua e continuamos até chegar a uma placa de "pare" que tinha na entrada da estrada. Então eu vi algo que fez o meu sangue gelar. No acostamento da estrada tinha um gato preto atropelado. Eu falei para o eu filho ficar no caminhão e sai. O gato tinha sido atropelado a pelo menos uns dois dias, pois o corpo já estava em decomposição. Em volta do pescoço do gato tinha uma coleira rosa choque com um sino com as letras inconfundíveis do meu filho "Gato" em azul. Sem dúvida alguma, aquele gato morto, era o nosso "Gato". Eu estava em choque. Como Gato podia estar ali morto no lado da estrada, quando ele estava com a gente, com a coleira rosa e tudo, dentro do caminhão, dentro da gaiola? Eu voltei para o caminhão. Eu abri a porta e entrei na cabine e olhei a gaiola. Gelei, pois olhando a gaiola, elaestava vazia. Nós realmente acreditamos que Gato voltou para salvar as nossas vidas, e depois seguiu em frente para o paraíso dos animais. Espero um dia podermos todos nos encontrar novamente. Tenho certeza disso. www.alemdaimaginacao.com Rosana - GO - Brasil

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Autopiedade. Contos de Samurai


Dois velhos amigos se encontraram, após muitos anos. Entretanto, a vida tinha levado um a se tornar muito rico e o outro miserável. Eles ficaram juntos muitas horas, trocando remininscências e bebendo saquê. O homem rico era muito generoso e afável, mas seu amigo só sabia se entregar à autopiedade. Após certo tempo, o homem miserável adormeceu, e seu amigo, condoído com sua condição, resolveu lhe dar uma dádiva e antes de partir introduziu-lhe no bolso um belo diamante. "Se meu pobre amigo estiver em dificuldades poderá conseguir uma boa soma com a venda desta jóia", pensou o bom homem. Anos se passaram e os dois amigos de novo se encontraram. Mas o homem miserável continuava assim, e ainda se lamentando. - Mas como ainda estás tão pobre depois de tantos anos? - perguntou o rico, surpreso. - Pobre de mim! - lamuriou-se o outro - Sou inútil, e ninguém se importa comigo! Sou incapaz de ganhar dinheiro para sobreviver! - Tua autopiedade e egoísmo te fizeram um tolo! Não fosse tua profunda cegueira auto-indulgente, poderias há muito ter percebido o tesouro que deixei em teu bolso!

Osanyin. Deus das Folhas, divindade do Candomblé.


Osanyin é o orixá das folhas medicinais e litúrgicas. A sua importância é fundamental, pois nenhuma cerimônia pode ser feita sem a sua presença, sendo ele o detentor do axé - o poder - imprescindível até mesmo aos próprios deuses. As folhas nascidas das árvores e as plantas constituem uma emanação direta do poder sobrenatural da terra fertilizada pela chuva (água-sêmem) e, com esse poder, a ação das folhas podem ser múltiplos, para diversos fins. As folhas como as escamas e penas, são e representam o procriado. Elas representam o "sangue-preto", axé do culto. Òsányin possui um poder ao mesmo tempo benéfico e perigoso. O Eye é um pássaro que o representa, o Igbá Òsányin é seu emblema, confeccionado com ferro, e simboliza uma árvore de sete ramos com um pássaro em sua haste central, o ferro reforça a ligação com o axé do preto mineral, e o pássaro é a relação folha-pena e elemento procriado. Nada se faz no candomblé sem este orixá, as folhas sagradas, para tudo se usa, na iniciação há um boorí específico para Òsányin, a cabeça do neófito é lavada com um líquido composto de folhas associadas a diversos orixás, mas dependentes, em última instância, para seu efeito, da colaboração de Òsányin. Há um encarregado de recolher as folhas frescas no mato e prepará-las, é chamado Olósàyin. Òsányìn vive na floresta em companhia de àroni, um anãozinho de uma perna só que fuma um cachimbo feito de casca de caracol enfiado num talo oco cheio de suas folhas favoritas.A sua importância é fundamental, pois nenhuma cerimônia pode ser feita sem a sua presença, sendo ele o detentor do axé - o poder - imprescindível até mesmo aos próprios deuses.

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Vidas e Sonhos

Vidas e Sonhos
Sonhar é transportar num Mundo de Sonhos
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